19 de maio de 2011

E se hoje fosse o último dia da sua vida?

Dá pra escolher entre ser carnívoro ou vegetariano, entre fumar ou não, entre correr na praia ou ficar um pouco mais na cama, entre jogar paciência ou ler um livro, entre amores serenos ou amores turbulentos. Se a escolha será acertada, aí já é outro assunto, o futuro vai dizer. Pensando bem, acertos e erros nem estão em pauta aqui. O que importa é ter consciência de que ficar sentado esperando que a vida escolha por nós não é uma opção confortável como parece. Descansados da silva, vem o tempo e crau: Nos ultrapassa.

Se hoje fosse seu último dia e amanhã fosse tarde demais? Você poderia dizer adeus para o ontem? Você viveria cada momento como se fosse o seu último? Deixaria velhas fotos no passado? Doaria cada centavo que você tivesse?

Ajudar os outros deveria ser um modo de vida! O que vale o preço sempre se vale brigar. Cada segundo conta porque não há segunda tentativa. Então viva, porque você nunca viverá duas vezes. Não pegue o caminho facil por toda a sua vida.

Se hoje fosse seu último dia e amanhã fosse tarde demais? Ligaria pra todos aqueles amigos que você nunca vê? Lembraria-se de velhas memórias? Perdoaria seus inimigos? Você encontraria aquele com que você está sonhando? Jurando de pés juntos ao Deus lá de cima que você vai finalmente se apaixonar? Você deixaria sua marca finalizando um coração partido?

Você sabe que nunca é tarde demais para pedir para as estrelas...
Fazer o que for preciso... Porque você não pode rebobinar um momento nessa vida.
Não deixe nada atrapalhar o seu caminho. Pois as mãos do tempo nunca estão do seu lado!

17 de maio de 2011

Por Trás da Vidraça...

Cá entre nós: fui eu quem sonhou que você sonhou comigo?
Ou teria sido o contrário?
Sonhei que você sonhava comigo.
Mais tarde, talvez eu até ficasse confuso, sem saber ao certo se fui eu mesmo quem sonhou que você sonhava comigo, ou ao contrário, foi quem sabe você quem sonhou que eu sonhava com você.

Não sei o que seria mais provável. Você sabe, nessa história de sonhos — falo o óbvio —, nunca há muita lógica nem coerência. Além disso, ainda que um de nós dois ou os dois tivéssemos realmente sonhado que um sonhava com o outro, também é pouco provável que falássemos sobre isso. Ou não?
Sei que o que sei é que, sem nenhuma dúvida:
Sonhei que você sonhava comigo. Certo? Não, talvez não esteja nada certo. Também não era isso o que eu queria ou planejava dizer. Pelo menos, não desse jeito embaçado como uma vidraça durante a chuva.
Por favor, apanhe aquele pequeno pedaço de feltro que fica sempre ali, ao lado dos discos.

Agora limpe devagar a vidraça — quero dizer, o texto. Vá passando esse pedaço de feltro sobre o vidro, até ficar mais claro o que há por trás. Lago, edifício, montanha, outdoor, qualquer coisa. Certamente molhada, porque só quando chove as vidraças embaçam. Será? Não tenho certeza, mas o que quero dizer, disso estou certo, começa assim:
Sonhei que você sonhava comigo. Agora penso que é também provável que — se realmente fui mesmo eu a sonhar que você sonhou comigo; e não o contrário — eu não estivesse sonhando. Nada de sono, cama, olhos fechados.
É possível que eu estivesse de olhos abertos no meio da rua, não na cama; durante o dia, não à noite — quando aconteceu isso que chamo de sonho. Embora saiba que — se foi dessa forma assim, digamos, consciente — então não seria correto chamá-la de sonho, essa imagem que aconteceu —, mas de imaginação ou invento até mesmo delírio, quem sabe alucinação.
Mas não, não é isso o que quero contar, O que quero contar, sei muito bem e sem nenhuma hesitação, começa assim:
Sonhei que você sonhava comigo. Parece simples, mas me deixa inquieto. Cá entre nós, é um tanto atrevido supor a mim mesmo capaz de atravessar — mentalmente, dormindo ou acordado — todo esse espaço que nos separa e, de alguma forma que não compreendo, penetrar nessa região onde acontecem os seus sonhos para criar alguma situação onde, no fundo da sua mente, eu passasse a ter alguma espécie de existência.
Não, não me atrevo. Então fico ainda mais confuso, porque também não sei se tudo isso não teria sido nem sonho, nem imaginação ou delírio, mas outra viagem chamada desejo. Verdade eu queria muito. Estou piorando as coisas, preciso ser mais claro. Começando de novo, quem sabe, começando agora:
Sonhei que você sonhava comigo. Depois que sonhei que você sonhava comigo, continuei sonhando que você acordava desse sonho de sonhar comigo — e era um sonho bonito, aquele —, está entendendo? Você acordava, eu não. Eu continuava sonhando, mas na continuação do meu sonho você tinha deixado de sonhar comigo. Você estava acordado, tentando adequar a imagem minha do sonho que você tinha acabado de sonhar à outra ou à soma de várias outras, que não sei se posso chamar de real, porque não foram sonhadas.
Mas, se foi o contrário, então era eu, e não você, quem tentava essa adequação — nessa continuação de sonho em que ou eu ou você ou nós dois sonhamos um com o outro. Nos víamos? Quase consegui, agora. Preciso simplificar ainda mais, para começar de novo aqui:
Sonhei que você sonhava comigo. Depois, fiquei aflito. E quase certo de que isso não tinha acontecido. O que aconteceu, sim, é que foi você quem sonhou que eu sonhava com você. Mas não posso garantir nada.

Sei que estou parado aqui, agora, pensando todas essas coisas. Como se estivesse — eu, não você — acordando um pouco assustado do bonito que foi ter tido aquele sonho em que você sonhava comigo. Tão breve. Mas tudo é muito longo, eu sei.
Estou ficando cansativo? Cansado, também. Está bem, eu paro. Apanhe outra vez aquele pedaço de feltro: desembace, desembaço.
Choveu demais, esfriou. Mas deve haver algum jeito exato de contar essa história que começa e não sei se termina ou continua assim:

Sonhei que você sonhava comigo. Ou foi o contrário? Seja como for, pouco importa: não me desperte, por favor, não te desperto.

(Por Caio Fernando Abreu)

13 de maio de 2011

Sendo este um jornal por excelência,

.. E por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém, homem ou mulher, que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la.
Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria.
É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais.
Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere.
Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama.
Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo.
Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar.


P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilacerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar.

5 de maio de 2011

Insignificantes


Somos pequenos, tão pequenos que parece que a nossa existência em nada influi o Universo, o seu ritmo, a sua evolução. Somos meras partículas de poeira que habitam um pequeno ponto azul, suspenso no tal do infinito. A nossa relevância diferencia-se enquanto integrados na rede que constitui esta pequena fração do cosmo. E, visto desse ponto de vista, os nossos problemas são mínimos e somos tão insignificantes como bactérias. Mas vistos da perspectiva da bactéria, tomam proporções gigantescas e a realidade se resume ao que os nossos olhos conseguem ver. O ser humano, quando isolado, é totalmente insignificante. Ao nos integrarmos, permitimos ampliar para lá do espaço e do tempo. A nossa consciência expande-se e revela-se o sentido da vida, fora da alienação.

4 de maio de 2011

Enquanto sós...

Você bem poderia estar sozinho, não é mesmo? Ou, sei lá, estar com outra pessoa desfilando por aí. Uma menina dourada, quem sabe. Os ombros mais erguidos, o sorriso mais arqueado, os olhos reluzindo, falando alto aquelas bobagens bem sacadas que ninguém mais faz, senão você. Mas tá aqui, comigo. Sei viver sem você, oficialmente falando. Mas eu não quero, não vou. Eu poderia te dizer aquelas doces mentiras sinceras - “Você-é-minha-vida”, “Não-sei-o-que-seria-da-minha-vida-sem-você” ou todo esse tipo de porcaria que a gente diz no calor da hora. As pessoas são assim, dizem que não sabem viver sem você. Depois aprendem e esquecem de comemorar contigo. E deixam vazio o lugar que sempre será delas. Eu não, simplesmente estou aqui. De vez em quando sujo, entediado, agressivo, mal-humorado, triste, calado e chato. Mas aqui.Não há lugar ou motivo no mundo capaz de me afastar. Já fui a todas as festas que tive oportunidade, fui a todos os shows, praças, bares (…) Nada mais funciona. Nada na vida é mais excitante que ter alguém que te abrace por trás, entrelace os dedos e diga seu nome de batismo, estendendo um chá de erva-cidreira. Porque eu te encontrei, da forma mais esdrúxula e inesperada. E me apaixonei pelo cheiro e pelo balanço meigo e suave dos seus quadris. E como duas sacolas plásticas que se enroscam na cidade, no meio do caos, movidos por um breve redemoinho pré-chuva, a gente resolveu que ia se amar. E ninguém sabe melhor sobre nós, que nós. No show a sol e céu aberto do nosso cantor favorito ou assistindo um filme mal dublado na tv, nós curtimos estar juntos o tempo todo. Resposta oficial: eu poderia estar por aí, com outro alguém, injetando as sensações vertiginosas de ser livre e procurado, mas dei uma abertura ao verdadeiro amor. E nada é mais importante que isso, que é sim, às vezes pasmo, repetitivo e bucólico, mas é real.


(Por S-Dois)

Ditadura da beleza e a revolução das mulheres



Até crianças e adolescentes são vítimas dessa ditadura. Com vergonha de sua imagem, angustiados, consomem cada vez mais produtos em busca de fagulhas superficiais de prazer. A cada segundo destroi-se a infância de uma criança no mundo e se assassina os sonhos de um adolescente. Desejo que muitos deles possam ler atentamente essa obra para poderem escapar da armadilha em que, inconscientemente, correm o risco de ficar aprisionados.Cada mulher, homem, adolescente e criança deveriam ter um caso de amor consigo mesmos, um romance com a própria vida, pois todos possuem uma beleza física e psiquica particular e única.Para fazer essa revolução internacional saturada de aventuras, lágrimas e alegrias, elas se inspiram no homem que mais defendeu as mulheres em todos os tempos: Jesus Cristo.Descobrem que o Mestre dos Mestres correu dramáticos riscos por elas. Ficam fascinadas ao saber que ele teve a coragem de fazer das prostitutas seres humanos da mais alta dignidade, e das desprezadas, princesas.

Clássico ou Antigo? Ou simplesmente, apaixonante?

"Escolher o dia. Apreciá-lo ao máximo. O dia como ele vem. As pessoas como elas vêm. O passado, eu acho, me ajudou a apreciar o presente, e eu não quero estragar nada disso por idealizar um futuro[...] Eu decidi, desde muito cedo, apenas aceitar a vida incondicionalmente. Eu nunca esperei que ela fizesse nada especial por mim, apesar de eu conseguir alcançar muito mais do que cheguei a imaginar. Na maioria das vezes, essas coisas só aconteceram sem que eu procurasse por elas."